Os instrumentos de cordas constituem a estrutura da orquestra ocidental moderna. Feitas de aço, latão, tripa ou nylon, as cordas são presas pelas extremidades, geralmente sobre uma superfície de madeira. Obtém-se o som, quando vibradas e, conforme o modo pelo qual se produz esta vibração classificam-se em:
- cordas friccionadas - por meio de um arco (violino, viola, violoncelo e contrabaixo);
- cordas dedilhadas – por meio de um plectro ou pua, ou os próprios dedos do instrumentista (harpa, alaúde e guitarra);
- cordas percutidas – por meio de um martelo (piano) ou por um mecanismo próprio (cravos e espinetas).
- cordas friccionadas - por meio de um arco (violino, viola, violoncelo e contrabaixo);
- cordas dedilhadas – por meio de um plectro ou pua, ou os próprios dedos do instrumentista (harpa, alaúde e guitarra);
- cordas percutidas – por meio de um martelo (piano) ou por um mecanismo próprio (cravos e espinetas).
Há alguns efeitos que são comuns aos instrumentos de cordas friccionadas, que são:
- pizzicato - quando se beliscam as cordas com os dedos sem usar o arco;
- com legno – isto é com a madeira do arco, roçando ou batendo;
- surdina – uma espécie de grampo ou pente que limita a ressonância, diminuindo ou emudecendo a intensidade do som.
- pizzicato - quando se beliscam as cordas com os dedos sem usar o arco;
- com legno – isto é com a madeira do arco, roçando ou batendo;
- surdina – uma espécie de grampo ou pente que limita a ressonância, diminuindo ou emudecendo a intensidade do som.
A altura e a freqüência do som variam de acordo com a espessura e o comprimento das cordas. A amplitude das vibrações depende da estrutura do instrumento.
Desenvolvido no século XVI pelos italianos Andrea Amati, de Cremona, e Gasparo da Salò, de Brescia, a partir do aperfeiçoamento do primitivo instrumento de 3 cordas, parece, à primeira vista, que, dessa época até os dias de hoje, o violino não sofreu transformações em sua estrutura. No século XVI, eram comuns violinos menores, como os chamados “pochette”, usados pelos mestres de dança e que eram guardados nos bolsos (poches) de suas casacas.
Na verdade, porém, a partir das inovações introduzidas por Antonio Stradivarius, por volta de 1700, o instrumento passou por pequenas mas significativas mudanças estruturais, para que pudesse atender às necessidades das sucessivas gerações de compositores e intérpretes. No século XIX, o surgimento das grandes salas de concerto e o aparecimento da figura do “virtuose” levaram às alterações que lhe deram a feição definitiva e que redundaram num timbre mais volumoso e brilhante.
De aparência simples, é um instrumento de extraordinária complexidade, composto de quase 70 peças diferentes. Constitui-se basicamente de 4 cordas, afinadas em quintas (mi4, lá3, ré3 e sol2) e que atingem mais de 4 oitavas e meia, uma caixa de ressonância em forma de oito e um braço preso à caixa por um cepo. No interior da caixa, há há uma prancheta chamada “cadeira” e um pequeno cilindro vertical denominado “alma”. Ambos têm por finalidade melhorar a sonoridade, além de dar mais solidez à parte superior da caixa de ressonância, o “tampo harmônico”, em cuja parte central encontra-se o “cavalete”, por onde passam as cordas.
O violino, o mais agudo e versátil instrumento de cordas, é indispensável na orquestra sinfônica e no quarteto de câmara.
Estruturalmente idêntica ao violino, embora de dimensões um pouco maiores, a viola, derivada da chamada “viola de braço”, integra regularmente a orquestra sinfônica e o quarteto de câmara. Seu timbre é ligeiramente mais grave que o do violino (uma quinta abaixo) e suas 4 cordas são, como no violino, afinadas em quintas (dó2, sol2, ré3 e lá3).
Suas origens parecem remontar ao século XVI na Itália. As primeira violas modernas de que se tem conhecimento foram fabricadas por Andre Amati e Gasparo da Salò e possuíam dimensões um pouco maiores do que as atuais. No século seguinte, Stradivarius e Andrea Guarnerius criaram modelos de tamanho mais reduzido, que se firmaram através dos séculos.
A partir de Haydn e Mozart, a viola ganhou importância como instrumento de câmara e sinfônico. No século XIX, foi valorizada por Berlioz e Richard Strauss, que compuseram solos do instrumento. No século XX, no entanto, é que surgiram as primeiras obras para viola desacompanhada, como as sonatas de Paul Hindemith.
Construído no século XVI, à maneira do violino e para ser tocado como a viola de gamba, pelos mestres italianos Andres Amati, Gasparo da Salò, Maggini e outros, esse instrumento de timbre grava e aveludado tinha a função de reforçar os baixos da orquestra.
Em seus primórdios, exercia papel secundário, sendo utilizado ora como baixo contínuo, juntamente com o cravo, ora como simples pedal da orquestra. Somente a partir do final do século XVII é que se firmou como instrumento solista, substituindo a “viola de gamba”.
De estrutura semelhante à do violino e à da viola, diferencia-se destes pelo comprimento (1,19 m.), como também pela caixa de ressonância, proporcionalmente mais funda. Possui 4 cordas afinadas uma oitava abaixo das cordas da viola, também em quintas (dó1, sol1, ré2 e lá2), e seu registro médio é de 3 oitavas e meia.
A princípio, o corpo do violoncelo variava de dimensões. O comprimento atual foi fixado no século XVII, por Stradivarius. Assim como o violino e a viola, é indispensável na orquestra sinfônica e no quarteto de cordas.
O mais grave e maior instrumento de cordas e arco, o contrabaixo surgiu também no século XVI, na Itália, modelado a partir do “violone”, instrumento de cordas medieval. No decorrer dos séculos, foram feitas várias experiências no tocante a suas dimensões, estrutura da caixa de ressonância e número de cordas.
O contrabaixo usado atualmente mede 1,82 m. de comprimento e possui 4 cordas afinadas em Quarta (mi, lá, ré e sol). Seu registro médio é de pouco mais de duas oitavas, começando pelo “mi” mais grave da escala. Para solos, utiliza-se, muitas vezes, um instrumento um pouco menor, que apareceram no século XVII. Às vezes, podem ter uma Quinta corda, afinada em Dó superior.
Para sua execução, empregam-se dois tipos de arco: o francês, mais comum, e o Simandl ou Dragonetti, de empunhadura especial, que proporciona maior peso do arco sobre as cordas do instrumento, extraindo delas um som mais forte e homogêneo. Em geral na música popular e, com menos freqüência, na erudita, é executado sem o uso do arco, com as cordas sendo dedilhadas ( “pizzicato” ).
Indispensável na música sinfônica, o contrabaixo tem por função básica reforçar os baixos da orquestra. Raramente funciona como solista.
Surgiu na Península Ibérica em meados do século XV e ganhou toda a Europa. Na Itália, recebeu seu atual nome pois “gamba”, em italiano, significa perna — instrumento que para ser tocado é sustentado entre as pernas.
No século XVI surgem violas de vários tamanhos como a soprano, tenor e a viola contrabaixo ou violone, constituindo uma verdadeira família. O Consort of Viols — conjunto de violas — foi a formação instrumental mais popular da Renascença. No século XVII, a tendência por uma música com sonoridade mais forte e cantante no registro agudo levou à preferência pelo violino, fazendo com que as violas soprano e tenor perdessem o seu favoritismo. Até o final do século XVIII, a viola da gamba baixo era muito estimada e conheceu um período glorioso nas cortes européias, principalmente na França, com um repertório extremamente virtuoso. Aos poucos foi perdendo a sua predileção para o violoncelo, até cair em desuso.
Não há registros históricos da chegada da “viola da gamba” ao Brasil. Sabe-se que a bagagem dos nobres, que aqui desembarcaram à época do descobrimento, incluía objetos que lhes permitissem, de certo modo, manter os laços culturais com as cortes européias. Acompanhando a nobreza desde final do séculos XV até o final do século XVIII, é provável que a “viola da gamba” estivesse entre eles. Em contato com o clima tropical, muitos desses instrumentos, inclusive a viola, não resistiam às altas temperaturas e à umidade e se deterioravam. Talvez por isso, não haja registro de uma seqüência da “viola da gamba” na história da música no Brasil.
Com o movimento de resgate da Música Antiga, os instrumentos utilizados para fazer música entre os séculos X e XVIII voltaram a despertar o interesse do público, entre eles a “viola da gamba”, atualmente bastante requisitada nas salas de concertos. No Brasil, vem sendo muito utilizada na música renascentista e, principalmente, na música de câmara, reforçando a linha do baixo. O rico repertório solista ainda é pouco explorado.
No século XVI surgem violas de vários tamanhos como a soprano, tenor e a viola contrabaixo ou violone, constituindo uma verdadeira família. O Consort of Viols — conjunto de violas — foi a formação instrumental mais popular da Renascença. No século XVII, a tendência por uma música com sonoridade mais forte e cantante no registro agudo levou à preferência pelo violino, fazendo com que as violas soprano e tenor perdessem o seu favoritismo. Até o final do século XVIII, a viola da gamba baixo era muito estimada e conheceu um período glorioso nas cortes européias, principalmente na França, com um repertório extremamente virtuoso. Aos poucos foi perdendo a sua predileção para o violoncelo, até cair em desuso.
Não há registros históricos da chegada da “viola da gamba” ao Brasil. Sabe-se que a bagagem dos nobres, que aqui desembarcaram à época do descobrimento, incluía objetos que lhes permitissem, de certo modo, manter os laços culturais com as cortes européias. Acompanhando a nobreza desde final do séculos XV até o final do século XVIII, é provável que a “viola da gamba” estivesse entre eles. Em contato com o clima tropical, muitos desses instrumentos, inclusive a viola, não resistiam às altas temperaturas e à umidade e se deterioravam. Talvez por isso, não haja registro de uma seqüência da “viola da gamba” na história da música no Brasil.
Com o movimento de resgate da Música Antiga, os instrumentos utilizados para fazer música entre os séculos X e XVIII voltaram a despertar o interesse do público, entre eles a “viola da gamba”, atualmente bastante requisitada nas salas de concertos. No Brasil, vem sendo muito utilizada na música renascentista e, principalmente, na música de câmara, reforçando a linha do baixo. O rico repertório solista ainda é pouco explorado.
Texto mandado por Kristina Augustin, a mais importante gambista do Brasil.
Alaúde, na realidade, é o nome genérico de um instrumento de cordas dedilhadas, integrado por uma caixa de ressonância e um braço, sobre o qual passam as cordas, desde o extremo, onde se encontra a cravelha que serva para as retesar, até o fim da tábua da caixa. O número de cordas foi variando com as épocas e os países e, a partir do século XVI, ficou estabelecido que seriam 5.
É um instrumento de cordas dedilhadas e teve sua origem no alaúde ou, mais provavelmente, na mandola. Apareceu no fim do Renascimento e seu uso se generalizou no século XVIII, primeiro na Itália e depois no resto da Europa.
Constitui-se de uma caixa de ressonância com a tábua do fundo abombada e um braço curto com trastes, que termina numa cravelha. Apareceram vários tipos de bandolim, mas o mais difundido é o napolitano que tem 4 cordas duplas, afinadas como no violino.
Também chamada “violão” é um instrumento de cordas dedilhadas, sobre cuja origem não acordam os pesquisadores, embora sua presença e difusão na Espanha tenha a ver com a invasão dos árabes na Península Ibérica.
Consta de uma caixa de ressonância, de um braço com 19 trastes, que termina numa cravelha. Tem seis cordas, tocadas com a ponta dos dedos ou arranhadas com as unhas. À parte de um enorme repertório especialmente escrito para ela, sua enorme difusão deve-se à sua presença constante em obras para pequenos conjuntos e muito especialmente, como instrumento solista em inúmeros concertos.
Um dos instrumentos de corda mais antigos, a harpa já era usada pelos egípcios no século II antes de Cristo, em forma semelhante à atual. Trazida para o Ocidente na Idade Média, foi introduzida no século XV nas cortes reais européias. Em meados do século XVII, fabricantes tiroleses acrescentaram à harpa um dispositivo mecânico que, acionado pelas mãos do intérprete, elevava a altura das notas em meio-tom.
Por volta de 1720, o alemão G. Hochbruker construiu um modelo com pedais acoplados à base do instrumento, permitindo as alteração das notas em meio ou um tom. O moderno mecanismo com 7 pedais, correspondentes às sete notas, foi criado pelo francês Sébastien Érard e recebeu seus últimos retoques em 1820.
A harpa utilizada nas orquestras sinfônicas atuais contém cerca de 46 cordas presas a uma armação triangular. Seu registro abrange seis oitavas e meia (dó bemol1 a sol bemol6). Usada como instrumento solista por alguns compositores, foi amplamente empregada na orquestra sinfônica por uma gama interessante de compositores.
O clavicêmbalo ou cravo também pertence a este epígrafe. Trata-se de um instrumento de teclas, cujas cordas são premidas por puas, mediante um mecanismo que é acionado no teclado pelo intérprete. Cada tecla está unida a uma peça de madeira, chamada martinete, na qual há fixa uma pua, que oprime a corda correspondente, ao ser acionada pela tecla.
O clavicêmbalo italiano aparece nos fins do século XV e estende-se por toda a Europa, com ligeiras variantes. Sua presença habitual na música prolonga-se até depois de entrado o século XVIII, quando é, pouco a pouco, substituído pelo piano.
Com a tendência surgida há alguns anos de se recuperarem os instrumentos originais, voltou a ocupar seu posto de solista nos concertos com orquestra e, desde o princípio do século XX, mereceu a atenção dos compositores para obras concretas.
Muito utilizado por alguns compositores contemporâneos como instrumento de percussão. O piano ( o mais versátil dos instrumentos ) e, na verdade, um instrumento de cordas percutidas, munido de um maquinismo e de uma grande caixa de ressonância. O maquinismo é o complexo aparelho que faz vibrar as cordas e se compõe, basicamente, de teclas, escapes, martelos, abafadores e pedais. O som é produzido pela pressão das teclas, que acionam martelos de madeira recobertos com feltro, que, por sua vez, percutem as cordas.
O princípio essencial do mecanismo do piano é a independência do martelo em relação às teclas. Depois de percutir a corda, o martelo afasta-se, para que ela possa vibrar, mesmo que a tecla continue a ser pressionada. Esse dispositivo é denominado “duplo escapa” e permite a repetição de uma mesma nota quantas vezes for necessário. Os abafadores (feltros que recobrem os martelos) servem para impedir a mistura dos sons.
O piano é dotado de dois pedais:
- o direito, mais importante, quando pressionado, permite que as cordas permaneçam vibrando, mesmo que se retirem os dedos que pressionam as teclas;
- o esquerdo, denominado “surdina”, tem por função diminuir o brilho da sonoridade.
- o direito, mais importante, quando pressionado, permite que as cordas permaneçam vibrando, mesmo que se retirem os dedos que pressionam as teclas;
- o esquerdo, denominado “surdina”, tem por função diminuir o brilho da sonoridade.
Um dos instrumentos de maior alcance (só é excedido pelo órgão), seu registro estende-se por 7 oitavas e um quarto. Indo de lá2 a dó7. Atualmente, existem dois modelos básicos: o piano de armário, com cordas verticais e 85 teclas e o de cauda, com cordas horizontais e 88 teclas.
O antecedente do piano é o clavicórdio, que apareceu no século XV, mas a primeira referência ao piano foi publicada em 1711, por motivo de sua apresentação a público por seu inventor Bartolomeu Cristofori, em Florença. Neste mesmo século, foi aperfeiçoado por Silberman e Stein, na Alemanha, que introduziram os pedais e o mecanismo de escape. No século XIX, com o aparecimento das grandes salas de concerto, que exigiam ampliação da sonoridade, o instrumento adquiriu sua forma definitiva.
A literatura propriamente pianística se iniciou com Muzio Clementi, em 1773, com algumas sonatas. Mozart e Beethoven ampliaram as potencialidades do piano, abrindo caminho para os expoentes do Romantismo. No século XIX, atingiu o apogeu de sua popularidade, com Schubert, Schumann, Chopin e Liszt.
Tratado geralmente como instrumento solista, também foi empregado em música de câmara e, mais raramente, integrou a massa orquestral.
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