O período barroco foi importante para a ascensão da família do violino, substituindo as violas da gamba na orquestra. Também nesta época surgem os virtuoses do instrumento, como Giuseppe Tartini, Arcangelo Corelli, que além de instrumentistas eram compositores.
A FAMILIA DAS VIOLAS
A viola da gamba surge no fim da Idade Média, atingindo o seu apogeu no século XVIII.
No início do século XVI, as violas eram conhecidas entre outras pela designação viole da tasti (violas com trastes).
As violas da gamba tem a seguinte divisão:
- soprano
- contralto
- tenor
- baixo
- violone
Nos séculos XVI e XVII existiam conjuntos de violas (consorts), em que as gambas soprano, tenor e baixo eram integrantes regulares do conjunto. Esses conjuntos caíram em desuso à medida que as salas de concerto se tornaram maiores e a tonalidade mais alta e mais penetrante da família dos violinos se tornou mais popular.
Marin Marais foi um dos mais importantes representantes da viola da gamba, pois além de compor para o instrumento ele mesmo era um virtuose. Além dele outros compositores escreveram para o instrumento: Johann Sebastian Bach, Antoine Forqueray, Karl Friedrich Abel, Henry Purcell, entre outros.
Abaixo a Sonnerie de Saint-Geneviève du Mont de Paris do virtuose Marin Marais:
A viola d’amore era um instrumento de 6 ou 7 cordas com mais outras 6 ou 7 cordas simpáticas que passavam embaixo das cordas friccionadas e vibravam quando estas eram tocadas. As cordas simpáticas produziam um timbre metálico, porém suave e nasalado. Este instrumento tinha o mesmo tamanho da viola da gamba soprano, mas era tocada semelhantemente ao violino, no ombro, e não possuía trastes. Os séculos XVII e XVIII foram muito importantes para a literatura da viola d’amore, sobressaindo as obras do compositor e executante Attilio Ariosti (1666-1740).
Abaixo Sonata em Lá menor de Attilio Ariosti, com os movimentos Pozato, Corrente, Andante:
A FAMÍLIA DO VIOLINO
Ninguém sabe quem fez o primeiro violino, há, talvez, quinhentos anos, mas é quase certo que tenha se originado na Itália.
Dois instrumento importantes que contribuíram para o desenvolvimento do violino foram a rabeca, pequena e com formato de pêra, e a lira da braccio. Os primeiros violinos de verdade tinham três cordas e eram frequentemente chamados de “rabeca” até que a palavra ”vyollon” fosse usada.
Com o aumento da popularidade do violino, começaram a surgir os fabricantes especializados. A cidade italiana de Cremona foi a precursora, e ali foi montada a primeira oficina pelo grande Andrea Amati. Três gerações da família Amati redesenharam e desenvolveram o violino, conferindo-lhe um formato quase inalterado até o presente.
Os violinos Amati são tocados ainda hoje, mas nem sua beleza nem a qualidade de som se equiparam às dos instrumentos construídos por outro italiano, que começou sua carreira na oficina de Amati – Antonio Stradivari, conhecido como Stradivarius. Stradivari fez um violino mais comprido, reforçou o corpo e alargou os ff (aberturas de som), enriquecendo assim o seu timbre.
Os principais compositores e violinistas do Barroco foram:
Na Itália: Biagio Marini (1597-1665), Carlo Farina (1600-1640), Giovanni Battista Vitali (1644-1692), Arcangello Corelli (1653-1713), Antonio Vivaldi (1678-1741), Giuseppe Tartini (1692-1770);
Na Alemanha: Heinrich von Biber (1644-1704), Georg Friedrich Händel (1685-1759), Johann Sebastian Bach (1685-1750).
Abaixo o Adagio-Allegro do Concerto Grosso op. VI, nº 4 de Arcangello Corelli:
A viola, mesmo pertencendo à família do violino e tendo o mesmo formato, tem como antepassado a viola d’amore.
As violas mais antigas que se conhece são de Andrea Amati e de Gasparo da Salò, e o seu tamanho é bastante maior que o da viola atual. Mais tarde fabricaram-se instrumentos menores, existindo belos exemplares feitos por Andrea Guarneri entre 1676 e 1697.
No século XVIII existia também a viola pomposa, que tinha cinco cordas e recebia também a designação de violino pomposo. Era utilizada para reforçar a sonoridade do violino na orquestra e segundo uma lenda, a sua invenção é (erradamente) atribuída a Johann Sebastian Bach, embora este nunca tenha escrito para viola pomposa.
Durante muito tempo a parte da viola não era escrita, ficando esta tarefa a cargo dos copistas. Bach e Händel foram os primeiros a escrever partes importantes para o instrumento e Georg Philipp Telemann foi o primeiro a escrever um concerto para viola.
Abaixo os dois primeiros movimentos, Grave e Allegro, do Concerto em Sol Maior para viola de Georg Philipp Telemann:
O violoncelo, descendente do baryton e da viola da gamba, é outro membro da família do violino. O cello surgiu da necessidade de um instrumento da tessitura de baixo, mas portátil, para ser usado em procissões religiosas. Os primeiros cellos tinham dois orifícios nas costas por onde se passava uma corda, que suspendia o cello e prendia do pescoço do músico.
Alguns dos mais antigos violoncelos conhecidos são de Andrea Amati e um dos filhos deste.
O violoncelo teve uma lenta aceitação como instrumento solista, uma das razões era a existência paralela da família do violino e da viola da gamba.
Das obras para violoncelo deste período podemos destacar as 6 suítes de Johann Sebastian Bach e os concertos de Antonio Vivaldi.
Abaixo a Sarabande da Suite para cello solo em Sol Maior de Johann Sebastian Bach:
O contrabaixo é o instrumento mais diferente dos instrumentos de cordas. Sua construção difere muito de seus companheiros. O fundo do instrumento é mais plano, sua afinação é em quartas, entre outras diferenças. Isso se deve ao fato do contrabaixo estar ligado com mais proximidade a família da viola da gamba.
Nenhum comentário:
Postar um comentário